segunda-feira, 15 de junho de 2009

Tendência: Essa maravilhosa lente de Marketing...

Que nos estimula a lançar um olhar mais adiante dos nossos narizes.
Definir tendência não é tarefa das mais fáceis, mas vamos usar o senso-comum para explicar como funciona essa maravilhosa lente de Marketing.
Aqui em terras pantaneiras é comum vermos uma comitiva acompanhada de peões, cada um deles com sua função específica. Um que vai à frente e cuida do rancho, outro que é praieiro, um que é condutor, outro que ladeia...
Na condução da boiada há um ritmo compassado, marcado a trote de cavalo pantaneiro que exibe todo seu vigor debaixo do sol e do mormaço causado pelos corixos. Mormaço aliás que previniu o pantaneiro ao hábito de tomar um tereré, composto amargoso de erva mate com água fresca, sugado por uma bomba de dentro de uma cuia feita normalmente com chifre de touro escavado com faca, enrolhado por um recorte de folha de buriti e lixado à folha de lixa e mão.
Olhando assim de longe, entre mugidos e cantar de berrantes, a vacalhada compõe uma sonora toada que vai cortando o chão pantaneiro, deixando atrás de sí um misto de poeira e saudade.
Mas o que é que isso tem a ver com tendência? Com Marketing então?!!!
Tudo e nada.
Tudo porque a boiada andando assim como descrito, certamente irá alcançar algum lugar, certamente chegará ao seu destino, mais dia menos dia como dizem os caipiras.
Mas dia menos dia... Pois bem. E se fosse preciso esse gado chegar mais rápido? Usaríamos caminhão, vagões de trem, containners, enfim, algo bem mais veloz do que o grito da peonada e o desfilar calmo dos bovinos.
A verdade é que apesar da modernização, da expansão dos meios de transportes e da tecnologia, aqui em Mato Grosso do Sul ainda se fazem viagens de longos dias conduzindo gado no velho estilo do vaqueiro, aquele mesmo que ao fim do dia desencilha o cavalo e dependura a traia numa árvore para dormir.
Em que pese o lado romântico da maneira de conduzir gado, está faltando modernização, agilidade, rapidez. Mas para que pressa se temos 24 milhões de cabeças?
Certamente não se pensaria, na década de 70, que em pleno Século XXI ainda pudéssemos nos dar ao luxo de conduzir gado dessa maneira.
Algum estudioso de tendências deverá ter previsto naqula época, que os meios de transporte se tornariam modernos, que as estradas iriam melhorar, que a estrada de ferro seria duplicada ou que a demanda por carne viesse atingir patamares tão altos que jamais poderíamos -os Sul-Mato-Grossenses- siquer pensar em perder tempo.
Certamente essa previsão estaria completamente derrotada e desacreditada atualmente e o guru da previsão dessas tendências esquecido e aborrecido em algum canto.
Por outro lado passemos tendência para uma perspectiva mais científica e não vai ser difícil concluirmos que em Marketing a tendência é marcada por um ou mais eventos que de tanto se repetirem acabam se tornando uma verdade.
Como definiu Kotler (1998) tendência é uma direção ou seqüência de eventos que ocorre em algum momento e promete durabilidade.
Então, já que não temos rodovias adequadas; já que a estrada de ferro foi sucateada; já que transportar gado em aviões tem custo muito elevado e já que os pantaneiros jamais deixarão de ser guardiões de nosso rebanho, a tendência indica que ainda veremos muitas comitivas desfilando lindas, levantando poeira em nosso Pantanal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário