quarta-feira, 8 de julho de 2009

Resiliência. Essa notável capacidade de se antecipar.

Rubens Garcia

Eis-me aqui retornando do cardiologista. Um receituário nas mãos e um sem número de exames solicitados.


Alguns amigos aconselham melhores cuidados com a saúde, outros arriscam um "tome cuidado, você não é mais uma criança".

Infelizmente só atentamos para certos indicadores de saúde ou da falta dela, quando todas as prioridades foram cobertas por nossas atenções.

Como dizia Márcia Barreto dias atrás durante a ExpoApas, vivemos em um mundo "hiperveloz" marcado pela "mudança, transformação permanente, e pelo sucesso que não garante o futuro". Vivemos um estado "líquido, sem fronteiras definidas – sem dentro ou fora", em meio à "cultura do excesso, hiperconsumo", vivemos enfim, "o presente", movidos por "prazeres imediatos" sentindo a "perda do sentido de continuidade histórica". Estamos marcados por um "novo tipo de moral" e por outras "ameaças que não podemos nomear".

Márcia não poderia ter feito uma análise mais precisa. Como Psicóloga de Executivos e Head Hunter, deve ter ouvido histórias as mais escabrosas possíveis. O indivíduo no meio disso tudo tende a se tornar um amontoado de nada, de coisa nenhuma, insignificante mesmo.

Mais adiante Márcia resume como se comportam as organizações:

"Trabalho em equipe – projetos multifuncionais; Rede: conexões intra e inter organizacionais; Comunicação, Conhecimento, Inovação; Empowerment: maior autonomia e responsabilidade; Flexibilidade - Agilidade; Construção de significado: Identidade – Valores; Responsabilidade Social Empresarial – Sustentabilidade".

Parece pouco, mas todos esses ingredientes são determinantes não só para as organizações, mas principalmente para os indivíduos, os verdadeiros atores em qualquer cenário empresarial.

Ela confere ao líder o papel de resisitir e diz que cabe ao líder: "desafiar o estabelecido, inspirar visão compartilhada, capacitar as pessoas para a ação, apontar o caminho, encorajar o coração".

Isto significa dizer que o líder respira, mas tanto mais eficácia terá se inspirar seus liderados a respirar.

Aí sim, lembrando-me dos aconselhamentos médicos, dos cuidados que tenho que ter aos 47 anos de idade, fui encontrar-me com a senhora resiliência. E assim, tomados os devidos cuidados, fazendo check-up completo e estando sob intensa observação médica, descobri que resiliência é toda a inspiração que me faz sentir novo a cada dia, apesar dos indicadores contrários.

Como nos explica Carmello (2008) "O resiliente não espera a crise acontecer para fazer algo, ele se antecipa às mudanças, porque está sempre ligado para o que acontece no mercado, fora da empresa. É o que mais se espera dos profissionais hoje. Se você acha que, nos últimos dez anos, muita coisa mudou, é porque não sabe o que irá acontecer nos próximos dez".

Márcia Barreto (2009) vai um pouco mais adiante nessas definições quando diz que o resiliente regula suas emoções, cria empatia, tem felixibilidade, otimismo e, sobretudo, autoeficácia.

Pensando bem melhor continuar resiliente do que sofrer por alguns pedidos de exames médicos nas mãos.

Referências:

CARMELLO Eduardo apud InfoMoney. "Saiba tudo sobre resiliência e veja porque as empresas preferem os resilientes". Entrevista. Disponivel em: www.administradores.com.br. Acesso em: 8 JUL 2009.

BARRETO Márcia. "Facilitando o papel das pessoas em operações". Apresentação. Disponível em: www.portalapas.org.br. Acesso em: 8 JUL 2009.

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